LEITURA DE IMAGENS
O objetivo da oficina
é propor uma metodologia para a leitura de imagens em sala de aula. Assumindo
essa necessidade como determinante para o completo desenvolvimento do aluno. Para
isso partimos do princípio que o mundo é muito mais imagético que escrito, e
que a imagem por ser um recurso dinâmico exerce muita influência na nossa forma
de pensar.
Por esse motivo
acreditamos que o trabalho com a leitura de imagens é de grande importância,
pois possibilita ao aluno a capacidade de desenvolver o raciocínio e
consequentemente a sua visão crítica diante das inúmeras imagens que estão presentes
em seu cotidiano.
A importância da
leitura e interpretação de imagens está presente, por exemplo, nas provas do
ENEM. O Exame Nacional do Ensino Médio apresenta questões específicas que
exigem do aluno a identificação de práticas sociais ou aspectos culturais de
determinada época através da análise de imagens. Os alunos devem ser capazes de
identificar diferentes manifestações e representações e ainda comparar pontos
de vistas. Nesse sentido a prática de leitura de imagens deve respalda-se em
desenvolver nos alunos a capacidade de conhecer aspectos que permeiam a própria
cultura e as culturas circundantes.
Considerando a imagem
como uma poderosa forma de linguagem, temos diversas produções de sentido
passíveis de leitura, e proporcionalmente, novas necessidades de estudo. Interpretar
imagens são necessidades fundamentais para qualquer tipo de atividade contemporânea. O trabalho com imagens no processo pedagógico
amplia o mundo expressivo, cognitivo e perceptivo do aluno, e esse processo
ampliam a habilidade de ver, julgar e interpretar o contexto histórico,
social, político e cultural.
MECANISMOS ESSENCIAIS PARA LEITURA DE
IMAGENS.
Contemplação;
Leitura superficial e
leitura profunda;
Conhecimento de
mundo.
As imagens podem
apresentar um plano subjetivo, que só poderá ser interpretado através do
conhecimento de mundo e de uma leitura em profundidade.
Algumas imagens podem apresentar um plano referencial também chamado denotativo, ou seja, a imagem mantém relações intimas ao mundo real. Já outras podem fazer referência a um plano conotativo, simbólico, fugindo assim, do plano real.
A subjetividade e a
conotação possibilitam uma ou mais de uma forma de se interpretar uma imagem,
nenhuma delas é suficiente, para se chegar a uma interpretação mais abrangente,
todas poderão combinar-se para
se complementarem,
inter-relacionando o contexto cultural com a realidade do leitor.
Cada vez que se lê
uma imagem o processo de interpretação reabre-se, mesmo aquilo que se conservou
da primeira interpretação pode ser mudado em função do novo contexto,
possibilitando novas
interpretações. Nesse sentido é de
fundamental importância o nosso conhecimento de mundo.
A INTERTEXTUALIDADE VISUAL
Ler imagem é ler o mundo. Hoje com as novas mídias a produção de imagens intensificou-se, múltiplos e poderosos códigos visuais invadem espaços públicos e privados, através da televisão, jornais, revistas, cinema e da internet, assim sendo, as imagens podem “dialogarem” entre si, uma mesma imagem pode ser parodiada varias vezes e ser vinculada em diferentes contextos. É o que podemos denominar de intertextualidade visual.
A propaganda possui o
poder de influenciar, marcar e mesmo
domar o público consumidor através de seu apelo de
imagens e dizeres que impressionam e
destacam um novo estilo de vida. Na sociedade a propaganda, pode significa
muito mais do que um mecanismo de divulgação.
Ela pode persuadir e interferi, muitas vezes, no comportamento de toda uma geração, mostrar uma direção para o
consumidor sobre o melhor gosto musical a melhor
forma de fazer
exercícios, a melhor roupa
e mesmo o melhor sapato. Na TV e mesmo hoje na internet, é oferecido um
mundo de sonhos sem conflito, em que a melhor margarina ou perfume abre as
portas para a sociabilidade e o sucesso individual. Segundo Nelson Tomazi a propaganda menciona
um mundo encantado de belos lares e sem sofrimentos sociais. É o caso dos anúncios das margarinas e outros
produtos comestíveis que destacam famílias sorridentes, brancas, de classe
média alta, reunidas à mesa e servidas
por uma mãe
feliz e dedicada.
O desejo de consumir atrelado ao formato de como é anunciado o consumo
passa a ser sedutor.
Independentemente de
caráter útil de um objeto anunciado, está intimamente ligado ao prazer de
adquirir ou experimentar algo diferente. Nesse sentido as agenciais publicitárias, mostram, entre
diversas técnicas de manipulação, figuras públicas, personagens de novelas e
cantores e artistas de modo geral com peso de popularidade.
As propagandas de cerveja associadas a belas
mulheres e ambiente de alegria, mais do que uma bebida alcoólica, vendem um bom
convívio social e propagam preconceitos já que na maioria das vezes retratam a
figura feminina como mero objeto de desejo.
Considerando a
historia da propaganda no Brasil, as mensagens desenvolvidas em direção ao
consumidor mencionam sempre o prazer, dinheiro, saúde, felicidade da imagem
como o belo corpo, aspectos esses que na vida real é conquistado por poucos.
Os meios de
comunicação acabam se
tornando instrumentos de
ideias propagandistas quanto à conformação do individuo com o mundo em
que vive. A venda de imagens, ideologias e valores sobre produtos e serviços
anunciados, atuariam como um eterno processo de
alienação, no sentido
de conformar o
consumidor de forma passiva as mentiras destacadas.
As propagandas de
cerveja associadas a belas mulheres e ambiente de alegria, mais do que uma
bebida alcoólica, vendem um bom convívio social e propagam preconceitos.
O que é uma Ilusão de Óptica?
O termo Ilusão de óptica aplica-se a imagens
que «enganam» o sistema visual humano fazendo-nos ver qualquer coisa que não
está presente ou fazendo-nos vê-las de um modo errôneo. Algumas são de caráter
fisiológico, outras de caráter cognitivo. As ilusões de óptica podem surgir
naturalmente ou serem criadas por astúcias visuais específicas que demonstram
certas hipóteses sobre o funcionamento do sistema visual humano. Imagens que
causam ilusão de óptica são largamente utilizadas nas artes.
A ilusão de óptica ocorre quando a nossa
interpretação da imagem entra em conflito com a nossa análise consciente e
raciocinada sobre ela. A tarefa realizada pelo cérebro para interpretar o que
vemos no mundo exterior é bastante complexa. O processamento da visão envolve
pelo menos 30 áreas diferentes do cérebro abrangendo movimento, cor,
profundidade (distância),direção e delineamento de objetos. A interpretação
rápida do que vemos pelo nosso cérebro pode dar origem às ilusões de óptica.
REFERÊNCIAS
CONTESSA,
Daniela Fraga. Imagem e texto na sala de
aula. Monografia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
Dez, 2010.
DIAS,
Fábio Barbosa. Loira Gelada, Loira
Gostosa: Um estudo de representações imagéticas femininas em peças publicitárias de cerveja. Universidade Estadual
de Londrina. 2011.
Muito boa a explanação do assunto.
ResponderExcluirMuito boa!
ResponderExcluirGostei
ResponderExcluirGostei
ResponderExcluirGostei!
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirExcelente! Obrigada!
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